quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Desejos para 2011


Decidi aderir a ideia do Jock do Liquidificador digital e também aceitar o convite da @Lilahleitora, do delicioso Tramas, tranças e bobagens para participar da blogagem coletiva e listar cinco desejos meus para 2011. Começo dizendo que meus desejos são desejos comuns a todos, e que ficarei muito feliz se eles se realizarem. Então, sem delongas...

Desejo 1 – Tirar 10 no meu TCC. Escolhi um tema sobre inteligência colaborativa e redes sociais com foco em empresas; mas, minha orientadora pediu que eu fizesse algo sobre o Twitter, então estou escrevendo sobre E-Commerce e Twitter. Logo, peço aos meus leitores que se possível, me enviem relatos sobre suas experiências de compra pela internet a partir do Twitter, através daqueles links de Re-twitt que as empresas fazem. Se fizeram compra, se não fizeram. Ficarei feliz se mandarem pra mim isso. Hehehe





Desejo 2 – Realizar meu tratamento dentário e médico. Amados... Vocês não fazem ideia do meu sofrimento. Preciso e muito de um. Esperar pelo SUSto é demais. Agora mesmo, estou com um dente inflamado, tendo de tomar três comprimidos de anti-inflamatório por dia. Pior é ter que esperar o local curar pra ir depois ao médico fazer uma extração. Mas, desta vez, VOU PAGAR. Chega de sofrer. E quanto ao médico, vou realizar minha bateria pra desencargo de consciência. Minha mãe anda de um jeito que logo ela pega um porrete e me bate. Não se contraria a mãe nunca. Paciência né?


Desejo 3 – Voltar à prática de exercícios. Esse está próximo de se realizar. Vou comprar um short pra fazer caminhada na madrugada. Sair de casa às cinco horas da manhã e caminhar na orla uns 40 min ou 1 hora por dia. Preciso trazer minha “velha” forma de volta e me livrar do uso de certos remédios que sou OBRIGADO a tomar todos os dias. E agora que só terei um dia na semana, poderei fazer caminhada à noite também. Então... VIVA à saúde.





Desejo 4 – Aprender a dirigir. Isso é algo velho, mas que agora quero realizar. Terei minhas próprias condições e não vejo a hora de pegar minha carteirinha verde-musgo também. O Stro quer ficar motorizado meus amados. Já perdi tanta oportunidade de trabalho nessa vida só por conta de não possuir habilitação. Bem, aqui em casa, quando eu tinha meus 17 anos... Haviam outras prioridades pra minha família. Aliás... Os filhos sempre vinham depois das outras prioridades... Vocês devem compreender como me sinto hoje. Mas deixemos de lado, agora é o MEU momento, MINHA história, MINHA jornada, MINHA vida que eu mesmo estou tomando as rédeas.

Desejo 5 – Conseguir um emprego melhor e viajar. Olha... Vou começar a trabalhar como professor substituto em escola pública, mas pretendo fazer uns concursos fora e passar em todos. Quem pagar melhor, eu vou! Todo mundo merece um salário digno e não fiquei quatro anos numa faculdade pra ficar me acabando não. Deus me deu inteligência suficiente. Só preciso colocar ela em prática. Quanto à viagem... Bem, digo a vocês que ela tem motivação forte e muito profunda. E quero muito poder viajar pra alguns lugares de nosso Brasil varonil. Só não digo onde, por que aí crio expectativas. Ahauahuahuah



Bem, é isso! Há muitos outros desejos que espero se realizar durante o ano e quero muito que algumas pessoas estejam neles. As demais coisas que poderia colocar aqui, como PC novo, celular novo, etc etc etc... deixo pra outra oportunidade, pois são desejos e metas que em 2011 pretendo cumprir com afinco. No mais meus amados... Um xeru carinhoso do Stro.

Beijo a todos e todas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal





Toda chegada de Natal, tempos sempre uma única preocupação, preocupamo-nos com os presentes, a ceia, as roupas que iremos usar ou não, se iremos viajar ou não e no badalar da 00h00 nos posicionamos no velho ritual de agradecimentos e nas distribuições dos presentes.


Mas esquecemo-nos de algo importante que a força desse momento encantado somente se torna luz verdadeira no iluminar das nossas reflexões.


Esquecemos de natais e passagens de Ano que nos foram gratificantes ou não, queremos esquecer o que foi ou como foi e é talvez por isso, que ficamos sempre na mesma, cometendo os mesmos erros idos. Outro dia o padre da minha paróquia fez uma reflexão sobre o natal. Ele disse que para muita gente, é um dia triste, uma festa triste. Mas por quê? Por que no natal, somos obrigados pela ética e pelos bons modos a desejar a paz a quem não dirigimos a palavra durante o ano inteiro, somos obrigados a sermos simpáticos com quem nos magoou, quem nos ofendeu. É uma constatação simples. O natal devemos abrir mão do orgulho em nome da paz. É... Que ironia.


São as razões incontidas no nosso coração, são nossas emoções novas agora vividas que nos faz esquecermo-nos de tudo. Refletir o que passamos e o que foi vivido pode não ser importante, mas é.


É importante essa reflexão, porque tudo que ficou foi válido: as nossas dores, sofrimentos e alegrias foram sentimentos de experiências vividas.


Ganhamos novas amizades, perdemos velhas amizades e nem questionamos o porquê perdemos. Temos novos ombros para desabafar nossas mágoas e deixar cair nossos prantos...


Esquecemos quantas vezes o outro ombro nos foi útil um dia. As palavras de carinho e apoio que foi dirigida nas horas mais doidas para que ficássemos em pé e seguíssemos em frente...


Nesse ombro e nesse abraço encontramos um dia a compreensão perfumada em gestos e em palavras que nos trouxe a paz aquecendo o corpo energeticamente temperando os nossos sonhos.


Esquecemos o que perdemos e porque perdemos. Esquecemos o que foi que conquistamos até agora... Olhar para trás, é reviver erros e acertos vividos.


Lembrar e agradecer a Deus por não estarmos ao relento com nossas famílias mesmo que esse abrigo seja humilde... Que tem uma cama para o corpo cansado repousar, enquanto tantos têm o céu como teto, como cama o banco da praça, como coberta jornais...


Agradecer por poder ter amigos e ter com quem ceiar dignamente por mais simples que seja essa ceia, agradecer por ter um trabalho por mais humilde que seja.


Agradecer por todos os amigos que cativou e por aqueles que te cativaram, por amores e paixões conquistadas, pelos os amores e paixões perdidas porque teve a oportunidade de sonhar mesmo que depois tenha tido lágrimas.


Agradecer por ter com quem compartilhar a alegria desse dia e poder abraçar as pessoas que ama, enquanto tantos não têm quem abraçar. Lembrar que a humildade é uma das grandes virtudes que Deus nos ofertou para exercitarmos todos os dias.


Não nos prendamos ao consumo e ao capitalismo desenfreado. Não quero dizer aqui que não dê presentes. Sim, dê presentes, mas antes, reflita sobre o sentido da vida e se você é uma pessoa religiosa, agradeça sempre a Deus pelo nascimento do seu Filho, salvador dos homens.


Que esse seu Natal seja um Natal de reflexões e de verdadeira alegria, paz, luz e muito amor. Feliz e Santo Natal.

Bernadeli (adaptado)


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Retornando das férias...

Retornando...

Amigos, estou de volta mesmo atribulado com as atividades do TCC. Prometo que assim que possível postarei um texto aqui.

Bjo a todos e todas. Segue um video pra vocês.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um pouco de mim, por mim.


O STRO DE ONTEM E O DE HOJE

Olá amados.

Estou aqui pensando muito no que escrever e como escrever.

Vou explicar... Há alguns meses atrás sofri a maior dor de minha vida até o momento. Uma dor profunda, tanto na alma quanto no corpo. Não preciso explicar os motivos pelos quais isso aconteceu, mas digo apenas que chorei, chorei tudo que tinha e não tinha para chorar durante vários dias. Sofri como sempre sofri: SOZINHO E CALADO.É terrível sofrer e não poder contar com o apoio da família, por que não sou assumido (também não me peçam pra explicar o porquê, sou assim e ponto final).

Durante os dias em que chorei, criei muita raiva e principalmente muita mágoa. Disse a mim mesmo: “agora acabou, não serei mais o encubado bonzinho e apaixonado que se pisa e fica por isso mesmo”. Digo a todos vocês que foi uma decisão difícil, mas no momento foi a melhor decisão a ser tomada por mim. Isolei-me de tudo e todos por vários dias; parei para refletir, colocar as idéias no lugar, criar um novo rumo, olhar para dentro de mim e travar minha guerra contra o que eu sou.

Sendo bissexual, pensei e muito em largar mão de ficar com outros homens, suprimir o desejo cada vez mais forte que sinto e voltar a me relacionar só com mulheres. Até fiquei com uma amiga, foi bom, não cheguei a transar com ela, eu tava carente, muito carente. Carente de sexo, de atenção, mas fundamentalmente eu estava carente de carinho. Nos dias em que fiquei com ela, senti falta de mais alguma coisa. Pra quem é Bi, isso é fácil de perceber, então não falarei aqui o que era. Ficar com mulher é bom, há o carinho, a ternura, mas há a falta de outras coisas. (desculpe minhas meninas amadas, mas não se ofendam, sabem adoro todas vocês).

Dias depois, aproximadamente um mês, eu ainda com meu silêncio que tanto me corroeu decidi arriscar e ficar com um carinha que freqüentava minha casa. Não vou contar aqui como ganhei ele, só vou dizer que na nossa primeira vez ocorreu o que eu jamais imaginaria que fosse acontecer comigo, apesar de ser algo normal quando se está triste, sofrendo e estressado. Depois desse ocorrido, fiquei preocupado, por que ocorreu de novo, mas desencanei quando não tive problemas, ele me compreendeu e me apoiou, sem fazer cobranças ou pedir explicações.

Dias depois, ocorreram problemas físicos comigo. Problemas que eu sabia que iriam aparecer, mas não sabia que viriam com tanta força e todos de uma única vez. O mais grave de todos foi em plena aula, quando corrigia umas provas e passava a nota para a caderneta junto com os meus alunos. Quase desmaiei, tive tontura e fiquei meio grogue... Fui levado ao ambulatório da escola pelos meus alunos e mediram minha pressão, que por sinal estava muito alta. Pra quem já foi um atleta, meus ex-professores (hoje colegas) ficaram atordoados. Fui medicado e então melhorei, prometendo me cuidar e marcar uma consulta pra um check-up profundo. A notícia de que o Strovenga estava doente correu e muita gente se preocupou, inclusive quem eu nem imaginava.

Nesse meio tempo já havia terminado com o rapaz, por vários motivos e tava papeando com uma outra pessoa que conhecia de outra rede de relacionamento fazia algum tempo (não falarei dele por que não preciso e não quero envolvê-lo nisso). Fui ao médico (médica) que me atendeu muito bem, fez uns procedimentos e me olhou com uma cara que me preocupou muito, recomendando que eu não me estresse, saia mais, não fique guardando as coisas dentro de meu coração, enfim, que eu pensasse mais em mim. Não sei, mas acredito em Deus e como disse Charles Chaplin “as pessoas não se encontram por acaso”. Essa médica fez uma leitura de mim, não me perguntou nada e me disse tudo que precisava pra decidir mudar. E assim o fiz.

Mudei! Mudei profundamente, foi um tempo doloroso, pois mudar pressupõe romper com muita coisa ou tudo que está ao seu redor. Em outrora, eu jamais iria paquerar alguém na rua, ou mais ainda, falar do jeito que falo no MSN ultimamente, explícito, direto, sem rodeios. Contudo, isso mexeu com alguns amigos mais próximos e daí surgiram as cobranças e principalmente as opiniões.

“Não estou reconhecendo mais você Stro!”
“Você não é o Stro que conheci! O que houve?”
“Traga meu Stro de volta, prefiro o outro!”
“Irmão o que houve? Você mudou completamente!”
“Quero meu amigo de volta, tire ele daí.”
“Você ta sendo cabeça dura!”
“Você nunca foi orgulhoso, você é diferente, sempre foi centrado, livre de marras e manias. Sempre foi carinhoso, por favor, traz o verdadeiro Stro de volta!” (Chorei).

Bem, vos afirmo que muito provavelmente o STRO que todo mundo conhecia, gostava, adorava, dificilmente retorne. Quis riscar ele e assim o fiz. Sei que virão conseqüências no decorrer do tempo, mas como me disse o professor-enfermeiro da escola onde estagio: “o senhor só não fica mal por que tem uma mente forte e é forte fisicamente, logo está recuperado”.

Todos sabem que sou canceriano, se não sabiam, agora já tem conhecimento disso. Sou canceriano ao quadrado, pois tanto o signo como a ascendência são de câncer. Logo, pra quem conhece a mística já imagina como sou com as pessoas. Amor, amor puro e único... Esse sentimento é parte de mim e ultimamente anda lado a lado com outros sentimentos que considero ruins e capazes de maltratar as pessoas, mas não se aflijam... dificilmente uso deles. Há também coisas que gostaria de ponderar rapidamente antes de concluir.

O perdão! Algo nobre, que muita gente quer, mas que também pouca gente é capaz de dar. Perdoar como eu disse em outrora num dos meus posts, pressupõe passar uma borracha em tudo, esquecer que aquilo aconteceu, mas nas atuais circunstâncias isso não é viável, pois quando a mágoa, a dor e tantas outras coisas estão junto, no máximo se consegue desculpas, que seria um perdão, mas com a lembrança de que aquilo ainda irá perdurar por algum tempo.

E a amizade??? Isso sim, algo que fica abalado diante de algumas situações complicadas... Houve épocas em que eu perdoaria tudo de muita gente que conheci ao longo da vida, e a nossa amizade continuaria firme como antes... Hoje não tenho tanta certeza se faria isso ou não, como disse, as pessoas mudam. Umas pra melhor, outras pra pior, mas elas mudam. O importante ao fim de tudo é querer e tentar que a amizade entre ambas não se modifique.

Meus amados... Como disse em outrora, o Stro mudou, não sei pra que lado ele pendeu mais, mas mudou. Contudo, ainda há coisas a se resolverem em particular por aí... Resolvi deixar tudo nas mãos de Deus e deixar que meu coração me guie pela estrada tortuosa... Até a próxima semana espero resolver minhas pendências e determinar o rumo de muita coisa que virá pela frente. No mais... saibam: Quem conheceu o Stro de antes, quero que tenha aproveitado e bem, dificilmente ele retornará. Quem está conhecendo esse novo Stro, faça bom uso, motive, e esperemos que esse perdure por muito tempo.

Um forte xeru do baiano com dendê e pimenta.

Stro.





terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nova postagem

Amigos, hoje à noite irei postar um texto, por isso, venham e leiam. O Stro aguarda a opinião de todos vocês.

Beijo no coração.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Parodiando Arnaldo Jabor



Relacionamentos – Arnaldo Jabor

"Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro... '
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos... Mas não deu certo... Acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ele é malhado, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com papai mais básico é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... E se o beijo bate... Se joga... Se não bate... Mais um Martini, por favor... E vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa ta com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE GOSTAR, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim... Quem disse que seria fácil?"


É meu caro Jabor... Todo mundo nasce só, não sei se isso se aplica a quem é gêmeo. Mas morrer só... Bem, acho que morre só, quem quer morrer só. Concordo com muito do que foi dito, mas acredito mais ainda na busca pela evolução da pessoa.


Olha amados... Não sei se o Jabor é mal amado ou outra coisa do gênero, mas a ampla maioria dos textos dele tem um fundo muito pessimista, e convenhamos, pessimismo hoje não dá mais pra aturar. Quem sabe ele não já tenha chorado por alguém um dia na vida e esteja assim tão negativo? Quem sabe? Eu não sei, mas quem souber... MORRE NÃO!


Um xeru do Baiano com dendê.

quarta-feira, 31 de março de 2010

A crueldade do mundo homossexual masculino



Um amigo chamou-me a atenção para um fato: afinal, nós nos comportamos ou não como os heterossexuais no quesito crueldade?

A luta ferrenha para a sobrevivência, as guerras e a globalização, a miséria, fome e as questões econômicas e sociais graves levaram o mundo a um estado constante de violência. Mas não é bem dessa violência que eu falo. Falo da outra, interna, nossa, mais cotidiana. Como tem sido o seu dia-a-dia?

Na ânsia de penetrarmos de vez na sociedade heterossexista que aí está e deixarmos de lado as décadas de marginalidade que cerca a homossexualidade, penso que estamos também – e infelizmente –”comprando” comportamentos da cultura heterossexual que na verdade não queremos ter. Ou deveríamos não querer... Vamos ingressar nessa sociedade, mas não importa a que preço.

Vamos então, juntos, a uma boate gay. Qualquer uma. Música, muito dance e muito drink, olhadas e paqueras que tanto bem fazem ao nosso ego. Mas, infelizmente, não é apenas isso o que acontece. Começando que, se você não usa o uniforme oficial, ou seja, roupas de grife e da moda, já pode ser considerado uma carta fora do baralho e não será considerado como um colega ou um eventual parceiro. Passado nessa fase, vamos à seguinte: você é forte, malhado, “sarado”? O termo “sarado” já é carregado de preconceitos e significados, afinal passa a idéia que todo o corpo que não for malhado seria o quê? Doente? Doente é o antônimo de sarado... Ou seja, a nossa aquisição da sociedade heterossexual começa já aí, na ditadura da estética e da juventude eterna. Tem coisa mais cruel que isso? Cruel principalmente por ser uma mentira, uma mentira tão cultivada, cultivada com tanto afinco. Mais dia ou menos dia, todos iremos envelhecer. Portanto, como podemos cobrar do outro um fato que é natural, que não dá para ir contra? Alguém mais velho pode ser considerado inferior? Mas você é jovem, ainda não chegou aos 28, faz diariamente três horas de academia e escapou de mais essa. Esteja então preparado para a próxima, uma das mais doloridas: você é afeminado? O mais correto seria perguntar: você é MAIS afeminado que eu? Se for, tô fora... Pois é, julgamos o nosso próximo pela carga de feminilidade que ele carrega. Num mundo que valoriza o homem, o macho, a masculinidade, a virilidade, o tamanho do pênis, ser ou não feminino deixa de ser apenas um jeito de alguém para ser uma qualidade – ou melhor, um defeito – desse alguém. Ok, você é viril. Ou até sabe disfarçar a sua feminilidade e deixá-la vir à tona apenas na solidão do seu quarto. Portanto, livrou a cara nessa também.

Aí, a música aumenta e começam os shows da noite. Vem a Drag da moda, no palco, sempre muito aplaudida. Ela está atenta na platéia, procurando uma ou várias vítimas. E vai encontrar: quanto mais frágil, mais inocente ou mais simples, mais tímido for esse menino, mais útil ele será às crueldades que a artista irá aplicar: humilhações, gozações várias, exposição pública de possíveis defeitos e etc. etc. etc. Quanto mais sarcástica e cruel essa drag for, mais aplaudida será, afinal a vítima é o outro e não eu.

Como não sou eu, não sinto na minha pele o que fazem com ele. Não me identifico com ele. Até acho legal que existam sempre as vítimas e os carrascos, desde que eu nunca seja a vítima... E como eu quero desesperadamente fazer parte daquele grupo, eu aplaudo também. Esse é o nosso show, o show visto nas boates gays. Em que diferimos dos nazistas, quando eles pegavam qualquer judeu para humilhar publicamente? Afinal, não sou judeu... Lembrei-me até de uma triste e viperina figura que fazia show na boate Nostro Mundo, nos anos ‘90, que sempre tinha as piores e mais violentas piadas feitas em cima de soropositivos e da Aids. Outra drag, muito famosa até hoje, costuma pegar um espectador da platéia e elogiar muito a sua bunda. Quando o coitado está bem envaidecido ela ataca: “pena que esteja toda cagada!!” E o seu público delira. Por falar em soropositivos, percebam como eles ficam se comparando nas salas de espera dos Centros de Referência. Algo como: “ainda bem que não estou como aquele” ,”estou melhor que aquele outro” , “nossa, como ele está magro!” “ ... não tem grana para o Metacrilato??” ... Isso não seria crueldade também?

Sempre vi a homossexualidade como algo fortemente transgressor e revolucionário. Penso que a força demolidora do nosso sexo e amor seria capaz de criar uma nova sociedade, muito diferente dos parâmetros da atual. Por isso que me sinto tão desiludido quando vejo gays reproduzindo papéis e comportamentos tão negativos e que machucam tanto. E mais, nessa reprodução há uma armadilha. Uma cilada que irá cobrar um alto preço, mais tarde, quando não existir nem tempo mais para o arrependimento. A sociedade que aí está foi construída por heterossexuais, segundo os valores deles, (somos minoria, alguns falam em 10% da população, outros menos. Mesmo que eu considere a visão maior/menor preconceituosa e reducionista, tenho a certeza que esta sociedade não é feita para os menores) valores esses que não precisaríamos comprar: o machismo exacerbado antes de tudo, o futebol em detrimento da arte e da cultura, o Ter antes do Ser, o culto das aparências, vivemos em nome de uma imagem a tal ponto que nem sabemos mais quem somos, no final das contas. A sede pelo dinheiro, a banalidade sexual. Vejo cotidianamente gays se entregando para uma autentica miséria sexual, outra forma de crueldade, consigo e com outros: pegação em banheiros públicos, cinemões, shoppings, parques etc. E ponto. Se contentam com isso. Eu costumava pichar portas de banheirões com a seguinte frase: “Não façam apenas pegação. Façam também a Revolução!”. Nada contra pegação generalizada. Mas acho pouco. Muito pouco. Nada contra a pegação, mas também nada contra o amor e a revolução. Nada contra usar o soberbo poder do sexo para mudar o mundo. Nada contra os que procuram entrega nas suas relações e nos sentimentos. Não usar de toda a nossa força também é cruel.

Boicotes e auto-boicotes, idem.

Negar o amor é cruel.

RICARDO ROCHA AGUIEIRAS
sem.alma@gmail.com

Fonte: http://www.armariox.com.br/conteudos/artigos/048-crueldade.php

Medo de gay é coisa de boiola. UI!

É inevitável: em qualquer roda de machos a horas tantas alguém pede mais uma rodada de chopp e inicia uma outra rodada de piadas ridicularizando os veados. E, em seguida, vários másculos seres se põem a imitar bichonas e, aliviados, descobrem que sempre há um cúmplice amigo que desmente-os contando pra mesa suas aventuras heterossexuais.

Esse ritual latino aparentemente inocente esconde uma terrível verdade: os homens em geral morrem de mêdo de serem gays. E, por extensão, acabam difamando os gays, numa atitude exteriotipada, descabida, politicamente incorreta e boboca.

Como também volta e meia acabo me comportando assim, mesmo sendo contra isso, resolvi cair de pau (êpa!) para ver se conseguimos diminuir o pré-conceito contra os gays e nosso mêdo de sermos, lá no fundo, bem no fundo (êpa!) apenas boiolas que não saem do armário. E elaborei o Teste do Macho 100%, a seguir, com cinco perguntinhas simples e básicas. Pode responder com sinceridade, numa boa, aproveitando a privacidade do mundo on line. Só não vale mentir, que macho que é macho nunca vai fazer uma frescura dessas, certo?

1) Você já fez troca-troca quando era criança?

a) Fiz, mas fugi correndo quando era minha vez de dar.
b) Claro, e foi bom pros dois, faz parte da vida.
c) Nunca fiz, está me estranhando?

2) Sua gata tem um super amigo que é gay. Daí você...

a) Aceito desde que ela não o leve em nossos programas.
b) Tudo bem, ela tem o direito de ter seus próprios amigos.
c) Exijo que não o veja mais, afinal vai que ele se lembre que é homem.

3) Aquele super amigo de infância confessa que é gay. Você então....

a) Continuo amigo mas peço que sente mais longe no sofá.
b) Nada muda. O rabo é dele, não meu.
c) Acaba nossa amizade. Não posso andar junto de um boiola.

4) Você admite que é meio ridículo ficar fazendo o papel de machão o tempo todo. Mas....

a) Se eu não fizer, não como ninguém mais.
b) É ridículo mesmo, vou parar de fazer.
c) Relaxar o anel de couro da sensibilidade, nem morta, digo, morto!

5) No íntimo, você sabe que nunca vai aceitar com naturalidade que existam homens gays. Mas você...

a) Disfarça e dá uma de liberal desde que não haja nenhum gay por perto.
b) Já que é inevitável, relaxo e fico na minha heterosexualidade.
c) Deixo claro que, tocando em minha bunda ou no meu pau, dou um chega pra lá em legítima defesa.

Avaliação:

1) Se respondeu (a) a todas as perguntas, você continua com medo dos gays, mas não há nada que informação e boa educação não possam corrigir.
2) Se respondeu (b) a todas as perguntas, você é uma macho tranquilo, enturmado e sem grilos.
3) Se respondeu (c) a todas as perguntas, é o caso de se perguntar seriamente: está com medo de quê? Dos gays ou de você?


Ulisses Tavares

Fonte: http://www.armariox.com.br/conteudos/artigos/006-boiola.php

O armário bissexual


Dois estudiosos da sexualidade humana contribuíram para afastar a idéia de que a homossexualidade e a bissexualidade sejam patologias. Um deles é o famoso Alfred Kinsey, que, no início do século 20, estudou a sexualidade do norte-americano e, a partir de pesquisas, concluiu que tanto o heterossexual “puro” quanto o homossexual “puro” são raros.

As pesquisas levaram Kinsey a propor uma “escala da sexualidade”, a Escala Kinsey, hoje bastante conhecida. Suas idéias foram disseminadas, e a sociedade, a passos lentos, vem aprendendo e repensando seus conceitos.

O outro estudioso foi o psiquiatra Fritz Klein, que, na década de 80, começou a questionar e rever a Escala Kinsey, percebendo algumas de suas limitações. A proposta de Klein é a de que a orientação sexual é fluida, ou seja, varia no tempo, não é estática.

O psiquiatra criou, então, um novo instrumento para avaliar a orientação sexual: a Grade Klein, que leva em consideração as fantasias preferidas, o estilo de vida preferido, as práticas no presente, as experiências passadas e o ideal para um futuro. Adotando esses critérios, o “índice” de bissexuais seria bem maior do que se poderia imaginar a princípio - mas, afinal, o que é a bissexualidade?

Podemos, de forma simplificada, adotar algumas das reflexões de Fritz Klein e dizer que é a atração sexual, emocional e afetiva por pessoas de ambos os gêneros. A bissexualidade não necessariamente implica na relação sexual: alguém que fantasie com ambos os sexos pode se identificar como bissexual, ainda que não exerça a dupla orientação.

Aliás, ao pensarmos em bissexualidade, é bom refletirmos que o que se “opõe” à palavra “bissexual” não são as expressões “heterossexual” ou “homossexual”, mas o termo “monossexual”, que também é bem diferente de “monógamo” (ter apenas um parceiro).

As palavras “bissexual” e “monossexual” não indicam o número de parceiros ou parceiras que se tem ou terá, apenas dizem se o desejo é orientado para os dois sexos ou somente para um deles. Evidentemente, bissexuais podem ser monógamos, dependendo, é claro, dos relacionamentos que estabelecem.

Os estudos em relação à bissexualidade ainda são poucos se comparados com os dedicados à homossexualidade, mas, de uma maneira geral, já se concluiu que alguém que hoje seja convictamente heterossexual pode, amanhã ou depois, envolver-se em uma relação homossexual - e vice-versa. Em alguns casos, pode-se ficar alternando os tipos de relacionamento (hétero ou homossexual) e, em outros, fixar-se em apenas um deles.

É importante ter em mente que essa possível alternância tanto pode ser por puro desejo como também por dificuldades de se aceitar ou se sentir aceito como bissexual. A imagem do bissexual ainda é negativa, e, por isso, é importante que se entenda que a alternância não indica necessariamente uma estratégia “para se dar bem”, levando vantagem em tudo.

Muitas vezes, acontece, por um lado, de o bissexual lutar desesperadamente contra seus próprios desejos, para se sentir pertencendo a um dos grupos. É um tipo de conflito que também acontece com alguns homossexuais, homens ou mulheres - mas, enfim, existem várias escolhas (de comportamento) possíveis, até mesmo a abstinência sexual - e a mente é livre para fantasiar...

Por outro lado, a variedade de comportamentos entre os bissexuais (poderíamos dizer que existem várias bissexualidades?) gera insegurança em seus parceiros, sejam eles homossexuais, sejam heterossexuais. Ao mesmo tempo, dificulta as pesquisas, já que as pessoas muitas vezes não assumem essa identidade e usam temporariamente a de um e a de outro grupo.

Por isso, acredito na importância de os bissexuais, ao se engajarem na batalha pelo direito à livre expressão sexual, assumirem mais o “orgulho bi”. Fora do Brasil, há um movimento maior para conseguir visibilidade: o Bi Pride. A bandeira bi, que é diferente da bandeira gay, é tricolor e mostra ambos os desejos (homo e hétero), convivendo em harmonia. É ostentada nas Paradas GLBT lá fora.

Aqui, no Brasil, desconheço qualquer organização exclusivamente bissexual - e, infelizmente, essa postura, trancada dentro do armário, acaba mantendo a invisibilidade bissexual, o que faz com que muitas pessoas achem que a bissexualidade não existe, que existem apenas confusão e indefinição...

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No que diz respeito à homossexualidade, muito se fala sobre a decisão de “sair do armário”, de assumir-se como homossexual, e das dificuldades que essa escolha acarreta. Inegavelmente, é importante estimular essa “saída”, que ajuda os homossexuais a fortalecerem sua identidade, facilitando a conquista de seus direitos e de sua aceitação.

Entretanto, por mais que haja essa urgência social, é bom enfatizar que o processo de saída do armário não é meramente uma questão de coragem pessoal e tampouco de honestidade, como algumas pessoas afirmam. Vários aspectos da vida pessoal, profissional e familiar são levados em consideração. Enquanto decide se sai ou não do armário (ou pondera quando e como sair), a pessoa atravessa momentos difíceis, de avanços e retrocessos. Pode, inclusive, optar por não sair nunca.

A este respeito, outros artigos deste site falam sobre o assunto e de como planejar a revelação para as pessoas significativas. Muitas vezes, um processo psicoterapêutico ou grupos de apoio serão fundamentais para ajudar na decisão de assumir-se ou não para o mundo.

Venho estudando especificamente a bissexualidade, desde que atendi a um cliente bissexual. Para entender mais do assunto, comecei a entrevistar bissexuais (homens e mulheres) e descobri vários pontos semelhantes entre bis e homossexuais. Um deles é o preconceito que enfrentam. No caso dos bissexuais, chama-se bifobia. Ainda não ouvi ninguém usando o termo aqui no Brasil - até porque poucas pessoas falam abertamente sobre a bissexualidade.

Apesar de não conhecer estatísticas brasileiras sobre o assunto (penso que nem existem), acredito que o bissexual enfrente um preconceito ainda maior do que o enfrentado pelos homossexuais. Em geral, bissexuais são “malvistos” não só por heterossexuais, mas também por muitos gays e lésbicas. Muitos héteros e homossexuais acreditam que os bissexuais só querem “o melhor de ambos os mundos”.

Generaliza-se, assim, sobre todos eles, que são acusados de quererem as vantagens da heterossexualidade - mas é interessante perceber que já se pode dizer que há privilégios gays também. Atualmente, por exemplo, a identidade homossexual está mais fortalecida do que a bissexual, cuja existência ainda é negada por muitos.

A mídia e as artes têm um papel importante na construção da imagem acerca de homos ou bis. Em geral, bissexuais são retratados como pessoas não-confiáveis, dissimuladas. Muitas vezes, são personagens vampirescas (literalmente). Com essa representação tão negativa, não fica difícil entender o preconceito internalizado que muitos bissexuais têm, o que contribui para que tenham dificuldade de se auto-identificarem como bis. Sem se assumirem, ficam invisíveis e são considerados inexistentes.

A questão é complicada. Algumas pessoas bissexuais simplesmente não entendem que podem ter desejos por ambos os sexos sem que isso signifique uma patologia. Afinal, a “norma” de saúde ainda é ser heterossexual. Muito tardiamente, a medicina e a psicologia apontaram que esse era um conceito errado.

se assumir a homossexualidade pode ser uma escolha difícil - em alguns casos, um verdadeiro ato heróico - assumir a bissexualidade, mais ainda. Ser bissexual, em vez de monossexual, é visto como uma questão de valores morais “duvidosos”. Muitos bissexuais ficam confusos e aí pensam: “ainda não me defini”. Alguns não “se definem” nunca. Oscilam, usando uma hora o rótulo de homossexual, em outra o de heterossexual e deixando as pessoas confusas e inseguras a respeito de com quem estão lidando. Ainda pior: muitos se definem pela pressão social (seja na homo, seja na heterossexualidade), sem serem verdadeiramente felizes.

Na verdade, o armário bi tem duas portas: uma para homossexualidade, outra para a heterossexualidade. E abrir ambas ao mesmo tempo requer muito mais do que coragem: requer auto-aceitação, auto-entendimento. Afinal, é duplamente difícil se assumir gostando de ambos os sexos - por vezes, indistintamente; por outras, com alguma preferência.Muitos homos e héteros não conseguem ficar à vontade nas relações com bissexuais. Ressaltam a insegurança básica de serem traídos. Nos dois ambientes, o bissexual tem que lidar com a incompreensão e o preconceito.

Para possibilitar a saída desse armário de portas duplas, acredito que a única alternativa seja a de se organizar coletivamente. Psicoterapia pode ajudar também, desde que o profissional não seja preconceituoso. Mas, coletivamente, será possível a construção de comunidades e grupos bissexuais, como vem sendo feito fora do Brasil. Nestes tempos de Internet, é rápido e fácil aprender com a experiência de outros grupos, mesmo estrangeiros, adaptando-os para nossa realidade e aprimorando-os, reunindo pessoas com pensamentos, sentimentos e desejos afins.

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Conheça o simbolismo da bandeira dos bissexuais
Bandeira do orgulho bi: o rosa representa o desejo por pessoas do mesmo sexo; o azul, por pessoas do sexo oposto; o roxo, a bissexualidade. O simbolismo sustenta-se no fato de que os pixels roxos não são percebidos entre os pixels azuis ou rosas de uma imagem.






Thays Babo
thaysbabo@analista.psc.br
Site pessoal: www.analista.psc.br

* Thays Babo é psicóloga clínica, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-Rio e publicitária. Há um ano, entrevista e estuda bissexuais. Está finalizando o livro Bissexualidade: invisibilidade e existência, que deverá ser lançado em 2004.

Fonte: http://www.armariox.com.br/conteudos/artigos.php

Retornando



Salve amados, estou de volta com as postagens e nessas semanas que irão seguir, irei colocar aqui sempre um texto de algum autor diferente para que possamos refletir sobre algumas coisas básicas como respeito, amor, honestidade, sair ou não do armário, direitos e deveres e tantos outros.


Então, sejam bem vindos e vamos às postagens.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Refletindo



Nesse momento não tenho nenhum amigo a quem possa desabafar ou chorar em seu ombro, então vou chorar aqui mesmo.
Hoje me sinto impotente contra os problemas do mundo, me sinto desprotegido...
Algumas portas batem em meu rosto e isso dói profundamente...
Sinto falta do amor fraterno, do amor que cura, que preenche...
Onde estão os amigos?
Onde estão os amores? (Que amores, e isso existe?)
Porque não me sinto amado por ninguém? (Aliás, acho que nunca fui mesmo, quem vai amar um idiota romântico?)
Porque tenho essa necessidade de ser feliz? (Sou humano desgraça, tenho essa necessidade também... Que pergunta mais sem necessidade do universo.)
Talvez seja apenas um devaneio, um momento...
Por favor, alguém faz isso parar... Pois tenho vontade de chorar e não consigo! (novidade pra mim...)
Não costumo chorar por meus problemas... (Eu também não)
Não costumo nem sequer pensar neles... (Concordo)
Mas há momentos que não resisto, desabo sim... Sou apenas um ser humano, e preciso espernear um pouco... (É meu caro, concordo contigo, às vezes não dá mesmo e o melhor é colocar pra fora.)
Como queria nesse momento deitar na areia da praia, sentir a brisa em meu rosto,nesse momento meus problemas nada representariam, visto que sou uma parte minúscula do universo e meus problemas são um nada comparado a tudo isso.
Às vezes fica difícil viver nesse mundo capitalista e vazio onde as pessoas só pensam em competir...
Tento não deixar a minha chama apagar em meio a furacões e tempestades...
Vou vivendo um dia após o outro tentando cicatrizar feridas sem que fiquem cicatrizes... (Isso é quase impossível, há feridas tão PROFUNDAS que nunca cicatrizarão)
Sinto-me só... (Muito mesmo)
Nasci só e morrerei só... (É o sentido da vida, infelizmente...)
É triste mais é verdade...
Na verdade ninguém tem culpa...
Eu só preciso respirar fundo... Dormir um pouco pq tudo na vida passa (Como diz a música: “Mas tudo passa, tudo passará. E nada fica, nada ficará. Só se encontra a felicidade. Quando se entrega o coração”. Nelson Ned)
Sei que isso é apenas uma fase e que nada é superior ao poder de Deus...
Sim, nada é superior, e é nele que nos apoiamos quando estamos sós e necessitados, pois mesmo que não o possamos ver face a face, podemos sentir sua presença e temos a certeza de que ele está olhando por cada um de nós.

Fonte: fantastico mundo de Robby (adaptado)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lavagem do Bonfim. Festa multi-religiosa




A Festa do Bonfim ou Lavagem do Bonfim é uma celebração religiosa que tem lugar em Salvador da Bahia, Brasil. Acontece na segunda quinta-feira depois do Dia de Reis, no mês de Janeiro. Teodósio Rodrigues de Farias, oficial da Armada Portuguesa, trouxe de Lisboa uma imagem do Cristo, que, em 1745, foi conduzida com grande acompanhamento para a igreja da Penha, em Itapagipe.

Em julho de 1754, a imagem foi transferida em procissão para a sua própria igreja, na Colina Sagrada, onde a atribuição de poderes milagrosos tornou o Senhor do Bonfim objeto de devoção popular e centro de peregrinação mística e sincrética. Foram, então, introduzidos motivos profanos e supersticiosos no culto.

A festa acontece com a saída, pela manhã, do tradicional cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, o qual segue a pé até o alto do Bonfim, para lavar com vassouras e água de cheiro as escadarias e o átrio da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim.

Todos se vestem de branco, a cor do orixá, e percorrem 8 km em procissão, desde o largo da Conceição até o largo do Bonfim. O ponto alto da festa ocorre quando as escadarias da igreja são lavadas por cerca de 200 baianas vestidas a caráter que, de suas quartinhas - vasos que trazem aos ombros - despejam água nas escadarias e no átrio da igreja, ao som de palmas, toque de atabaque e cânticos de origem africana. Terminada a parte religiosa, a festa continua no largo do Bonfim, com batucadas, danças e barracas de bebidas e comidas típicas.

O cortejo reúne anualmente milhares de fiéis em busca da proteção das águas perfumadas para limpeza do corpo e da alma.
Essa festa é muito importante para os baianos, pois mostra a fé que eles tem no Senhor do Bonfim.

A festa tem a participação de seguidores do catolicismo, umbanda e candomblé, já que o Senhor do Bonfim de acordo com o sincretismo religioso na Bahia corresponde a Oxalá.

Viva o Senhor do Bonfim - Padroeiro da Bahia.

Hino do Senhor do Bonfim - CAETANO VELOSO

Glória a ti neste dia de glória
Glória a ti redentor que há cem anos
Nossos pais conduziste à vitória
Pelos mares e campos baianos

Dessa sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia

Glória a ti nessa altura sagrada
És o eterno farol, és o guia
És, senhor, sentinela avançada
És a guarda imortal da bahia.

Dessa sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia

Aos teus pés que nos deste o direito
Aos teus pés que nos deste a verdade
Trata e exulta num férvido preito
A alma em festa da tua cidade

Desta sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia.