segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Samba - Cultura e resistência

Sobre a origem do samba, segue abaixo este texto do Nelson Crecibeni Filho:

"...O samba, tal como o conhecemos, não nasceu pronto e acabado: o batuque primitivo deve ter sido o seu primeiro ensaio. A palavra samba tem uma acepção lata e outra estrita, havendo uma diferença de gradação entre ambas: parece derivar de "semba", designação africana da umbigada, elemento caracterísco do batuque. O povo, porém, usa com frequência, indiferentemente, as palavras samba e batuque. COMO NINGUÉM GUARDOU A CERTIDÃO DE NASCIMENTO DO SAMBA, É IMPOSSÍVEL SABER, COM CERTEZA, SUA FILIAÇÃO, LOCAL DE ORIGEM OU VERDADEIRA IDADE. O batuque parece ser, entre as danças populares brasileiras, aquela sobre a qual existem mas antigas referências.(...)Um dos primeiros registros jornalísticos sobre o samba em São Paulo assim retratava tal expressão, até então usual apenas entre os escravos:
'O SAMBA - Esta brilhante composição de Alexandre Levy, que amanhã será mais uma vez executada nesta capital, por ocasião da festa artística do maestro João Gomes, foi inspirada no seguinte trecho de Júlio Ribeiro: Ao som de instrumentos grosseiros dançavam negros e negras, formado sem vastos círculos, agitavam-se, palmeavam, compassivamente, rufavam adufes et alli. Um figurante no meio saltava, volteava e baixava-se, erguia-se, retorcia os braços, contorcio o pescoço, robolia os quadris, sapateava em tal frenesi indescritível, com uma tal prodigalidade de movimentos, com um tal desperdício de ação nervosa e muscular, que teria estafado um homem branco em menos de cinco minutos'(Diário Popular-21.10.1892)
O samba-de-terreiro, desenvolvido do batuque africano, veio do interior(principalmente Araraquara, Campinas, Guarulhos, Tietê e Pirapora do Bom Jesus, onde os negros, desde os fins do século XVIII, faziam suas festas com batucadas e danças pagãs) para firmar-se na Capital paulista, no começo do século XX..."

Eu digo. O SAMBA NASCEU NA BAHIA, NA CIDADE DE CACHOEIRA.



Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.


Principais tipos de samba:

Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.

Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.

Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.

Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.

Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.

Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .

Samba de gafieira
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.

Sambalanço
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.

Quem não gosta de Samba... SÓ LAMENTO

Samba Da Minha Terra

Composição: Dorival Caymmi
 
O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo, todo mundo
Todo mundo, todo mundo, todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba, no samba me criei
E do danado do samba eu nunca me separei
Samba lá da Bahia deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
É que o samba lá da Bahia deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole


VIVA O SAMBA

terça-feira, 22 de setembro de 2009

É PRIMAVERA



Teoria...

Primavera é a estação do ano que sucede o inverno e antecede o verão. No hemisfério norte, a estação é denominada “Primavera Boreal”, que se inicia em 20 de Março e termina em 21 de Junho. No hemisfério sul, a mesma é chamada de “Primavera Austral”, iniciando em 23 de Setembro e terminando em 21 de Dezembro. Se olharmos sob o ponto de vista astronômico, a primavera se inicia nos equinócios de Setembro (Sul) e Março (Norte) e termina nos solstícios de Dezembro (Sul) e Junho (Norte).

A característica mais marcante da estação é o reflorescimento da flora e da fauna. Muitos animais aproveitam a temperatura ideal da estação para se reproduzir. No Brasil, a chegada da primavera ocasiona uma mudança no regime de chuvas e temperaturas. Na maioria das regiões começam a aparecer as primeiras pancadas de chuva pelo final da tarde, resultado do aumento de calor e umidade característico da primavera. No entanto, na região Sul ocorrem poucas alterações em relação à quantidade de chuvas; no Nordeste permanece a seca.

Em virtude da forte radiação solar, as temperaturas aumentam consideravelmente na região Centro-Sul, entretanto, incursões de massas de ar frio também podem ocorrer.


O romance...

Primavera é quando, num pedacinho da Terra, as flores se abrem, o sol fica mais forte e a vida fica mais alegre. Quando, num canto da Terra, se faz primavera, nos outros cantos se faz verão, inverno e outono. Das quatro estações, a primavera é a mais bonita, porque colore a terra, perfuma o ar e contagia os corações sensíveis com sua alegria. A primavera é uma boa época para renovar o espírito, assim como as flores se renovam. E de colher os frutos e semear a terra. Semear a terra sempre, pois isso significa mantê-la sempre fértil. E de terra fértil, sempre brota a vida. Bom seria se a primavera acontecesse o tempo todo, em todos os corações humanos... florescendo, enfim, na forma de atos, palavras e pensamentos, sempre positivos... se cada ser vivente, fosse como uma flor, bela, pura e cheirosa, toda a Terra viveria uma eterna primavera... Depende de cada um, fazer do próprio coração, a terra... semeá-lo e cuidá-lo, para cultivar o espírito da primavera, todo o tempo... em qualquer estação...

A primavera é a estação do amor. Por quê Stro? Ora meus bons... Na primavera estamos sensíveis aos acontecimentos, nosso coração está aberto à felicidade e alegria. E é na primavera que fortes emoções podem ser experimentadas. A primavera traz um ar de alegria e paz quando chega e arrebata. Ah como é bom a primavera.

Como amo poesia, vou colocar aqui uns poemas que encontrei na internet com seus referidos autores e os links estarão no fim da postagem.

"NOITE DE PRIMAVERA". (Soneto).

Floriu da noite pro dia
lindas flores são aquelas,
flores que você colhia
rosas brancas e amarelas.

Floriu em tempo de flores
no início da primavera,
flores para os meus amores
nunca vi flores tão belas.

Só vi uma flor igual...
a que eu tinha na lapela,
de tão usada muchou.

Flor que plantei no quintal
colhi pra ofertar a ela,
ela, que é meu doce amor.

Autor: Antonio Hugo

A primavera de 4 estações - Vivaldi (música linda)


Primavera

Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.


Bem amados, é isso aí... Estamos na primavera. Curtam muito, se divirtam e amem à vontade.

Aline Barros e uma música linda, adorei.




Tim Maia na voz de Mauricio Manieri - É Primavera



Beijos e até mais

Referências
http://sitedepoesias.com.br/poesias/14386
http://www.releituras.com/cmeireles_primavera.asp

domingo, 20 de setembro de 2009

Ser Negro



Ser negro no Brasil hoje

Ética enviesada da sociedade branca desvia enfrentamento do problema negro

Milton Santos

http://www.ige.unicamp.br/~lmelgaco/santos.htm

Há uma frequente indagação sobre como é ser negro em outros lugares, forma de perguntar, também, se isso é diferente de ser negro no Brasil. As peripécias da vida levaram-nos a viver em quatro continentes, Europa, Américas, África e Ásia, seja como quase transeunte, isto é, conferencista, seja como orador, na qualidade de professor e pesquisador. Desse modo, tivemos a experiência de ser negro em diversos países e de constatar algumas das manifestações dos choques culturais correspondentes. Cada uma dessas vivências foi diferente de qualquer outra, e todas elas diversas da própria experiência brasileira. As realidades não são as mesmas. Aqui, o fato de que o trabalho do negro tenha sido, desde os inícios da história econômica, essencial à manutenção do bem-estar das classes dominantes deu-lhe um papel central na gestação e perpetuação de uma ética conservadora e desigualitária. Os interesses cristalizados produziram convicções escravocratas arraigadas e mantêm estereótipos que ultrapassam os limites do simbólico e têm incidência sobre os demais aspectos das relações sociais. Por isso, talvez ironicamente, a ascensão, por menor que seja, dos negros na escala social sempre deu lugar a expressões veladas ou ostensivas de ressentimentos (paradoxalmente contra as vítimas). Ao mesmo tempo, a opinião pública foi, por cinco séculos, treinada para desdenhar e, mesmo, não tolerar manifestações de inconformidade, vistas como um injustificável complexo de inferioridade, já que o Brasil, segundo a doutrina oficial, jamais acolhera nenhuma forma de discriminação ou preconceito.

500 anos de culpa

Agora, chega o ano 2000 e a necessidade de celebrar conjuntamente a construção unitária da nação. Então é ao menos preciso renovar o discurso nacional racialista. Moral da história: 500 anos de culpa, 1 ano de desculpa. Mas as desculpas vêm apenas de um ator histórico do jogo do poder, a Igreja Católica! O próprio presidente da República considera-se quitado porque nomeou um bravo general negro para a sua Casa Militar e uma notável mulher negra para a sua Casa Cultural. Ele se esqueceu de que falta nomear todos os negros para a grande Casa Brasileira. Por enquanto, para o ministro da Educação, basta que continuem a frequentar as piores escolas e, para o ministro da Justiça, é suficiente manter reservas negras como se criam reservas indígenas. A questão não é tratada eticamente. Faltam muitas coisas para ultrapassar o palavrório retórico e os gestos cerimoniais e alcançar uma ação política consequente. Ou os negros deverão esperar mais outro século para obter o direito a uma participação plena na vida nacional? Que outras reflexões podem ser feitas, quando se aproxima o aniversário da Abolição da Escravatura, uma dessas datas nas quais os negros brasileiros são autorizados a fazer, de forma pública, mas quase solitária, sua catarse anual?

Hipocrisia permanente

No caso do Brasil, a marca predominante é a ambivalência com que a sociedade branca dominante reage, quando o tema é a existência, no país, de um problema negro. Essa equivocação é, também, duplicidade e pode ser resumida no pensamento de autores como Florestan Fernandes e Octavio Ianni, para quem, entre nós, feio não é ter preconceito de cor, mas manifestá-lo. Desse modo, toda discussão ou enfrentamento do problema torna-se uma situação escorregadia, sobretudo quando o problema social e moral é substituído por referências ao dicionário. Veja-se o tempo politicamente jogado fora nas discussões semânticas sobre o que é preconceito, discriminação, racismo e quejandos, com os inevitáveis apelos à comparação com os norte-americanos e europeus. Às vezes, até parece que o essencial é fugir à questão verdadeira: ser negro no Brasil o que é? Talvez seja esse um dos traços marcantes dessa problemática: a hipocrisia permanente, resultado de uma ordem racial cuja definição é, desde a base, viciada. Ser negro no Brasil é frequentemente ser objeto de um olhar vesgo e ambíguo. Essa ambiguidade marca a convivência cotidiana, influi sobre o debate acadêmico e o discurso individualmente repetido é, também, utilizado por governos, partidos e instituições. Tais refrões cansativos tornam-se irritantes, sobretudo para os que nele se encontram como parte ativa, não apenas como testemunha. Há, sempre, o risco de cair na armadilha da emoção desbragada e não tratar do assunto de maneira adequada e sistêmica.

Marcas visíveis

Que fazer? Cremos que a discussão desse problema poderia partir de três dados de base: a corporeidade, a individualidade e a cidadania. A corporeidade implica dados objetivos, ainda que sua interpretação possa ser subjetiva; a individualidade inclui dados subjetivos, ainda que possa ser discutida objetivamente. Com a verdadeira cidadania, cada qual é o igual de todos os outros e a força do indivíduo, seja ele quem for, iguala-se à força do Estado ou de outra qualquer forma de poder: a cidadania define-se teoricamente por franquias políticas, de que se pode efetivamente dispor, acima e além da corporeidade e da individualidade, mas, na prática brasileira, ela se exerce em função da posição relativa de cada um na esfera social.
Costuma-se dizer que uma diferença entre os Estados Unidos e o Brasil é que lá existe uma linha de cor e aqui não. Em si mesma, essa distinção é pouco mais do que alegórica, pois não podemos aqui inventar essa famosa linha de cor. Mas a verdade é que, no caso brasileiro, o corpo da pessoa também se impõe como uma marca visível e é frequente privilegiar a aparência como condição primeira de objetivação e de julgamento, criando uma linha demarcatória, que identifica e separa, a despeito das pretensões de individualidade e de cidadania do outro. Então, a própria subjetividade e a dos demais esbarram no dado ostensivo da corporeidade cuja avaliação, no entanto, é preconceituosa.
A individualidade é uma conquista demorada e sofrida, formada de heranças e aquisições culturais, de atitudes aprendidas e inventadas e de formas de agir e de reagir, uma construção que, ao mesmo tempo, é social, emocional e intelectual, mas constitui um patrimônio privado, cujo valor intrínseco não muda a avaliação extrínseca, nem a valoração objetiva da pessoa, diante de outro olhar. No Brasil, onde a cidadania é, geralmente, mutilada, o caso dos negros é emblemático. Os interesses cristalizados, que produziram convicções escravocratas arraigadas, mantêm os estereótipos, que não ficam no limite do simbólico, incidindo sobre os demais aspectos das relações sociais. Na esfera pública, o corpo acaba por ter um peso maior do que o espírito na formação da socialidade e da sociabilidade.
Peço desculpas pela deriva autobiográfica. Mas quantas vezes tive, sobretudo neste ano de comemorações, de vigorosamente recusar a participação em atos públicos e programas de mídia ao sentir que o objetivo do produtor de eventos era a utilização do meu corpo como negro -imagem fácil- e não as minhas aquisições intelectuais, após uma vida longa e produtiva. Sem dúvida, o homem é o seu corpo, a sua consciência, a sua socialidade, o que inclui sua cidadania. Mas a conquista, por cada um, da consciência não suprime a realidade social de seu corpo nem lhe amplia a efetividade da cidadania. Talvez seja essa uma das razões pelas quais, no Brasil, o debate sobre os negros é prisioneiro de uma ética enviesada. E esta seria mais uma manifestação da ambiguidade a que já nos referimos, cuja primeira consequência é esvaziar o debate de sua gravidade e de seu conteúdo nacional.

Olhar enviesado

Enfrentar a questão seria, então, em primeiro lugar, criar a possibilidade de reequacioná-la diante da opinião, e aqui entra o papel da escola e, também, certamente, muito mais, o papel frequentemente negativo da mídia, conduzida a tudo transformar em "faits-divers", em lugar de aprofundar as análises. A coisa fica pior com a preferência atual pelos chamados temas de comportamento, o que limita, ainda mais, o enfrentamento do tema no seu âmago. E há, também, a displicência deliberada dos governos e partidos, no geral desinteressados do problema, tratado muito mais em termos eleitorais que propriamente em termos políticos. Desse modo, o assunto é empurrado para um amanhã que nunca chega.
Ser negro no Brasil é, pois, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade parece considerar que há um lugar predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim tranquilamente se comporta. Logo, tanto é incômodo haver permanecido na base da pirâmide social quanto haver "subido na vida".
Pode-se dizer, como fazem os que se deliciam com jogos de palavras, que aqui não há racismo (à moda sul-africana ou americana) ou preconceito ou discriminação, mas não se pode esconder que há diferenças sociais e econômicas estruturais e seculares, para as quais não se buscam remédios. A naturalidade com que os responsáveis encaram tais situações é indecente, mas raramente é adjetivada dessa maneira. Trata-se, na realidade, de uma forma do apartheid à brasileira, contra a qual é urgente reagir se realmente desejamos integrar a sociedade brasileira de modo que, num futuro próximo, ser negro no Brasil seja, também, ser plenamente brasileiro no Brasil.

Artigo escrito por Milton Santos, geógrafo, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP
Fonte: Folha de S.Paulo - Mais - brasil 501 d.c. - 07 de maio de 2000

Adpatado de http://www.antroposmoderno.com/antro-articulo.php?id_articulo=527




Esse clipe a mulher fala do meu bairro. AMARALINA. ai ai

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

COMUNICADO DE POSTAGEM

Olá a todos!

Iria postar hoje no blog, mas perdi a inspiração. Contudo, prometo que amanhã virei pra fazer essa postagem. O tema é muito bom e diz respeito a mim, e a todos os baianos e brasileiros descendentes da Diáspora Africana. Pra deixar todos com água na boca, segue abaixo um video de uma música que diz muito sobre o que irei falar. Abraços a todos e curtam o video. COMENTEM.


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Hino Nacional Brasileiro

Amados amigos estou aqui mais uma vez para falar com vocês sobre o nosso Hino Nacional, um dos maiores símbolos de uma nação. O Hino Nacional retrata um pouco do país e de seu povo.

Aldo Pereira define assim: "O hino é uma amostra dos valores brasileiros, exemplo da poesia, da música e das qualidades morais de nossa gente... Na medida em que une e concilia a nação, o hino contribui para a colaboração do bom êxito das positivas transformações em curso no país".

Então amigos o nosso hino valoriza nosa língua, e é interpretado de muitas maneiras. Uma vez assisti a interpretação do hino em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e fiquei muito emocionado, pois é realmente belo.



O poema de Joaquim Osório Duque Estrada é complicado para muitos de ser entendido, mas é lindo de se ler. Por isso, vou colocar aqui o Hino na sua forma direta e na forma poética, como nós o conhecemos.

HINO NACIONAL

Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!


Agora o hino em linguagem direta proposta por Aldo Pereira Autor do livro HINO NACIONAL, ele também apresenta um Glossário para compreensão.

Parte I
As margens plácidas do Ipiranga ouviram
o brado retumbante de um povo heróico,
e, nesse instante, o sol da Liberdade
brilhou, em raios fúlgidos, no céu da Pátria.
Se conseguimos conquistar com braço forte
o penhor desta igualdade,
em teu seio, ó Liberdade, o nosso peito
desafia a própria morte!
Ó Pátria amada,
idolatrada,
salve! salve!
Brasil, se a imagem do Cruzeiro resplandece
em teu céu formoso, risonho e límpido,
um sonho intenso, um raio vívido
de amor e de esperança desce à terra.
És belo, és forte, impávido colosso,
gigante pela própria natureza,
e o teu futuro espelha essa grandeza.
Ó Pátria amada,
Brasil, [apenas] tu,
entre outras mil [terras],
és terra adorada!
Pátria amada, Brasil,
és mãe gentil dos filhos deste solo!

Parte II

Ó Brasil, florão da América,
deitado eternamente em berço esplêndido,
ao som do mar e à luz do céu profundo,
fulguras iluminado ao sol do Novo Mundo!
Teus campos lindos, risonhos, têm mais flores do que a terra mais garrida; [e assim como] "nossos bosques têm mais vida," [também] "nossa vida" no teu seio [tem] "mais amores".
Ó Pátria amada...
Brasil, o lábaro estrelado que ostentas
seja símbolo de amor eterno,
e o verde-louro dessa flâmula diga:
Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues a clava forte da justiça,
verás que um filho teu não foge à luta,
quem te adora não teme nem a própria morte.
Terra adorada...


Glossário

Margens plácidas - "Plácida" significa serena, calma. Esse é o tom desses versos. Ao contrário do hino de outras nações, o nosso não fala em guerras
Ipiranga - É o riacho junto ao qual D. Pedro I teria proclamado a independência. O Ipiranga nasce junto ao zoológico da cidade de São Paulo
Brado retumbante - Grito forte, que provoca eco
Penhor - Usado de maneira figurada, "penhor desta igualdade" é a garantia, a segurança de que haverá liberdade
Imagem do Cruzeiro resplandece - O "Cruzeiro" é a constelação do Cruzeiro do Sul, que brilha, ou resplandece, no céu
Impávido colosso - "Colosso" é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar "impávido" é estar tranqüilo, calmo
Mãe gentil - A "mãe gentil" é a pátria. Um país que ama e defende seus "filhos", os brasileiros, como qualquer mãe
Florão - "Florão" é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América
Garrida - Enfeitada, que chama a atenção pela beleza
Lábaro - "Lábaro" era um antigo estandarte usado pelos romanos. Aqui é sinônimo de bandeira
Clava forte - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra

O que quero chamar a atenção aqui é para um fato que essa semana nos causou repulsa e desagrado: Vejam esse video:



Gente, me pergunto: Por que crucificaram a Vanusa? Simples, por que ela é uma ARTISTA. Contudo, esquecem que jogadores de futebol em sua maioria não sabem cantar o hino, a maioria da população também não o sabe e, PASMEM... Nossas crianças sequer sabem como iniciar o hino nacional. Um bom exemplo de que não sabemos está aqui nesse video do programa ÍDOLOS.



Viram? Pois eu pergunto: DE QUEM É A CULPA????
Ora meus amados, a culpa é dos nossos deputados, senadores, prefeitos, governadores e também dos presidentes e seus ministros que ao longo de anos de irresponsabilidade desconstruíram o nosso hino, deixano nosso povo cada vez mais à mercê dos grupos educacionais privados, que importam-se apenas com o ganhar cada vez mais em detrimento do ensino de qualidade de nossas crianças e jovens. VERGONHOSO! Nas nossas escolas públicas, é mais fácil encontrar os meninos e meninas cantando algum lixo comercial de moda, onde realizo serviço voluntário fico a observar o que a meninada canta. Na hora do recreio, eles sentam no refeitório e cantam:

Tudo Até o Talo

Quando ela pede eu pergunto: mãe como cê quer?
Ela responde pra mim: ai painho do jeito que quiser!! (2X)
Eu quero tudo, tudo, tudo até o talo
Tudo, eita que o buraco é mais embaixo 3x
Eu puxo cabelo, bato na cara, boto tudo, boto tudo
Tudo, tudo, tudo, tudo até o talo
Tudo, eita que o buraco é mais embaixo



Amigos, convenhamos... Estamos MATANDO nossa cultura, e tudo que deveria nos tornar pessoas melhores e aos nossos pequenos, pessoas melhores no futuro à passos largos. Sinceramente, gostaria de saber o nome do ASNO que retirou a antiga matéria de OSPB (Organização Social e Política Brasileira) do currículo das escolas públicas. Fazem anos, mas graças a Deus, alcancei o tempo (até 1995) que as escolas ainda tinham isso: Cantar o Hino Nacional no começo do dia e as aulas de OSPB, para que pudessemos entender melhor como se organizava o país e suas estruturas. Bem, simplesmente fizeram o favor de "ANALFABETIZAR" a nossa gente. O responsável por isso, como diria uma das minhas tias-avós: "Deveria levar uma coça com vara de marmelo e uma surra de binga de boi curtida no sereno. E depois colocar ele na salmoura pra aprender que não se brinca com a educação dos outros"

Minha opinião pode ser violenta, e de fato, o é. Contudo, acredito que seria muito bom isso acontecer com eles. Pois sendo NOSSOS REPRESENTANTES LEGAIS, segundo rege nossa política representativa, deveriam estar preocupados com o bem-estar nosso e o que vemos é o contrário. Alguns estados brasileiros estão comprojeto de retornarem com os hinos do Brasil, da Independência, da Bandeira e do Estado local nas escolas, demonstrando que apenas com boa vontade pode e deve se fazer algo para mudar isso, afinal, ANTES TARDE DO QUE NUNCA.

Bem, cansei de escrever, por que falar de tudo isso me causa muita raiva, não por ser professor e me considerar patriótico, mas sim, por ver que estamos jogando pelo ralo conquistas feitas pelo povo pobre, que na hora que "o pau quebrava", tomavam a frente e derramavam seu sangue por esse país, querendo que ele fosse um local melhor para se viver.

Sem mais a acrescentar, dispeço-me de todos, desejando um bom 7 de setembro, de reflexões e de esperanças para um futuro melhor. Abaixo, vou colocar uns videos pra que possamos sempre lembrar de nossos hinos.

Hino Nacional Brasileiro



Hino Nacional Brasileiro



Hino da Independência (Pra mim o mais lindo de todos ME ARREPIO COM ELE)



Hino à Bandeira Nacional (com fotos de todas as bandeiras do Brasil)




Hino da Proclamação da República



Hino da Independência da Bahia (Claro, afinal aqui o povo que foi às ruas brigar)




Termino por aqui, e aguardo muitos comentários de todos vocês. Qualquer coisa, sabem onde me encontrar, seja por e-mail ou pelo orkut. Um xero carinhoso do Stro. E lembrem-se sempre: Strovenga só há um, EU. Recuse imitações. =D BLOG DO STRO - UM BLOG GLS INFORMATIVO, REFLEXIVO E MUITO DIFERENTE

Links e referências:
http://www.brasil.gov.br/pais/simbolos_hinos/hinos/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/hino.htm

http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/hinos-brasileiros-produto-cultural-427334.shtml


http://www.youtube.com

domingo, 6 de setembro de 2009

Uma reflexão oportuna!


Olá a todos e todas. Como vão vocês??? Voltei hoje para postar algo interessante e de fundamental importância para nós. O AMOR À PÁTRIA.
Bem, muitos podem pensar assim: Ah Strovenga, você está sendo um demagogo quando fala isso! Pode ser que sim, eu respondo. Contudo, convoco a todos para refletirem sobre a importância do amor à pátria. Se eu, você e os outros que estão próximos a mim e a ti não demonstrarmos o nosso amor cívico, quem será que o fará pelo nosso Brasil varonil?  Os cidadãos dos demais países demonstram isso de modo viril e visível, esteja o país na situação em que estiver, pois eles sentem-se responsáveis pela sua nação.
E nós? O que nós sentimos pelo nosso Brasil? Somos Brasileiros com muito orgulho e amor somente quando a seleção brasileira de futebol ganha da Argentina ou uma copa América, ou uma Copa do Mundo? Se você responder sim, ou alguém que você conheça responder sim, infelizmente essa pessoa necessita de um bom psicólogo, pois sua auto-estima está tão baixa que ele não se deu conta ainda.
Eu sou brasileiro em todos os momentos, quando sofro preconceito por ser bissexual, quando encontro pessoas jogadas na sarjeta à mercê da sorte, quando observo os desmandos dos nossos políticos lá no congresso discutindo se o salário mínimo deve ser R$ 509 ou não no próximo ano, quando a polícia entra no meu bairro e atira a esmo fazendo trabalhadores virarem estatística da violência, quando tudo de ruim que puder acontecer acontece, EU CONTINUO SENDO BRASILEIRO.
Aí podem me perguntar: Então Stro, por que tudo isso, por que todo esse discurso? E eu responderei: É simples, é para lembrar para uma grande gama de nós, que não importa o que aconteça, continuamos a ser brasileiros. E, infelizmente nós nos renegamos a nos afirmar brasileiros quando estamos frente a frente com tudo isso. Nossa geração pós-ditadura, infelizmente meus caros, é uma geração que foi “acostumada” a crer que isso tudo é normal, que isso tudo é aceitável dentro de nossa sociedade. Contudo, observando países menos desenvolvidos que o Brasil, vejo que o povo sente orgulho em ser daquele país, se preocupam com ele e cobram providências sempre.
Então, por que é que nosso país não melhora? Ora, vamos aos fatos... Todos nós temos culpa no cartório. Como? Simples! Ao nos acomodarmos com tudo isso, colaboramos para que todo esse quadro continue! E como podemos evitar isso, ou melhorar isso? Simples e complicado... Devemos nos importar mais com o nível de educação que nos é dado. Em alguns anos, as escolas particulares não conseguirão se sustentar, pois, uma grande parte tem mensalidades maiores do que universidades. Logo, um ensino público, onde os melhores estudantes sejam professores, nada de preconceito gente, quero dizer que na minha humilde opinião, uma pessoa pra ser professor deveria passar por uma bateria de testes realmente fortes, para que demonstre conhecimento e principalmente preparo, por que, NOSSOS PROFESSORES, INFELIZMENTE NÃO SABEM ENSINAR; em contra partida, o governo deve oferecer melhores condições de trabalho, material tecnológico bom e atualizado, programas de incentivo e pesquisa e um salário digno para a importância que tem o professor.
Também, é importante que outras áreas sejam valorizadas, como a saúde, a segurança e a geração de emprego, contudo, toda a mudança de pensamento e o senso de patriotismo só serão possíveis de acontecer, mediante a transformação de atitudes, comprometendo nossa gente com o seu futuro. Queria poder falar mais, contudo, paro por aqui para que não me perca nas idéias. Um forte abraço a todos e amanhã vamos às ruas, prestigiar nosso 7 de setembro, o dia da PÁTRIA.
Abaixo um vídeozinho como sempre. Beijos calorosos e doces do Stro.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Profissional de Educação Física

Olá amados e amadas!

Hoje, vim aqui pra prestar uma homenagem à uma classe profissional importante nos dias de hoje. O profissional de educação física. Para alguns Personal Trainner, essas coisas. Também, quero com este post de hoje render homenagem a 4 pessoas muito legais.


Alex ou pra nós da família, o Padre. Um cara legal e que sempre tem uma boa palavra. Pra você meu amigo, tudo de bom nesta vida viu? Sorte na carreira e que Deus esteja sempre com vc. Abaixo um clipe pra vc também.



Fernando ou somente Nando como ele gosta de ser chamado, meu irmão do orkut e msn, professor de educação física em uma academia no Nordeste do Brasil e que estou acompanhando a história de amor dele. Pra você meu irmão, desejo tudo de bom nesta vida. Toda paz, toda saúde e todo o sucesso. Que Deus o ilumine sempre no seu trabalho, tornando-o a cada dia um profissional melhor. Esse clipe abaixo é uma pequena homenagem à você, uma música que essa cantora não é autora, mas ela adotou como dela. Afinal... IVETE É TODA BOA!



Cau, que é meu afilhado de crisma, concluiu a faculdade de educação física esse ano e já trabalha em uma academia, gosta de trabalhar com crianças, por que, educação física com crianças se destina a recreação. Desejo a ele que está iniciando a carreira toda a sorte do mundo e ele sabe que sempre poderá contar com o padrinho dele aqui. Em seu convite, ele disse que me tem como um exemplo de homem correto e justo, que sou o espelho pra ele de pessoa de bom coração, façam o que fizer pra mim. (não preciso dizer que meus olhos marejaram quando li né?) Essa música retrata bem minha vida até hoje e muito da dele também. Ahhh, EU AMO MEU AFILHADO VIU? DEMAIS!



Keila ou pra mim, simplesmente Keilynha. O que vou dizer aqui é o que vem do fundo de meu coração sobre a Keila, espero que minha família e todos os meus contatos do MSN e Orkut entendam: A Keila foi a primeira pessoa a falar comigo na internet. Não preciso dizer o nível de importância que essa mulher tem pra mim né? Uma pessoa muito doce, tem uma voz de menina, mas muito bonita. Uma mulher determinada, guerreira e batalhadora, formada em educação física há uns 2 anos em São Paulo e hoje está se pós graduando na área. Trabalha em uma academia por lá, a Keila é uma das pessoas que não me canso em dizer que amo profundamente, pois já parei pra ouvir diversos desabafos dela, e ela os meus também, sempre dando apoio um ao outro no que é preciso. Hoje falamos pouco por conta de diversas situações como trabalho, namoro, entre outros. Mas, nunca esquecemos do aniversário um do outro e de falarmos quando estamos no MSN. Temos até uma música. hehehehe Ela não sabia o significado da letra de uma música da Mariah Carey (adoro) que ela adora. Aí expliquei e ela decidiu que seria nossa música, por que dos amigos que ela tinha no MSN, eu sempre fui o mais presente. Então, abaixo está o clipe da música que ela adora.
O link por que foi desativado a incorporação, aff http://www.youtube.com/watch?v=d1toqzxUzKQ
E aqui o clipe. hehehe PROMETI QUE VOU DANÇAR ESSA MÚSICA COM ELA. E VOU, CLARO!




Bem gente, no dia 1º de setembro foi o dia do profissional de educação física. Muitos acreditam que a faculdade de educação física é somente para formar atletas. Bem, em outrora esse era o pensamento e o foco deste curso e algumas faculdades ainda tem isso como objetivo, desrespeitando uma norma federal, que diz que o curso deve formar o profissional da área. Para outros, é somente jogar bola, vôlei, basquete, correr numa quadra e dar inúmeras voltas nela, entre outros. Mas para quem é do mundo acadêmico como eu, sabe que o profissional formado neste curso tem de aprender: FISIOLOGIA HUMANA, ANATOMIA, CINESIOLOGIA, BIOMECÂNICA, FUNDAMENTOS DE DIVERSOS ESPORTES, NUTRIÇÃO, LUDOMOTRICIDADE, PSICOLOGIA, entre outras matérias. Muitas delas destinadas aos estudantes de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Nutrição, Fisiatras, etc. Logo, o que me consta dizer é que não passa de puro preconceito. O profissional de educação física é responsável pela boa forma do nosso corpo, que se traduz em saúde no nosso cotidiano. O CONFEF - Conselho Federal de Educação Física diz:

Art. 1º - O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais -, tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para consecução da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo.
Então meus amigos, eu poderia ficar discorrendo sobre esse profissional, contudo, não vejo necessidade disso. Queria dizer apenas que antes de pensar em fazer exercícios mais específicos, procure um profissional de educação física, ele tem o CONHECIMENTO necessário para lhe orientar e assim fazer com que você evite transtornos posteriores. Mas lembre-se de procurar um profissional sério e responsável, que não indique anabolizantes pra ti, pois um corpo bonito atrai a todos, mas quando ele é construído de forma responsável e sadia.
Fiquem com Deus. Qualquer informação sobre o profissional da área, acesse: http://www.confef.org.br
Lá você vai poder conferir muita coisa sobre esse profissional muito importante para a saúde de seu corpo e de sua mente.Um abraço e como sempre no fim, um video.