segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Samba - Cultura e resistência

Sobre a origem do samba, segue abaixo este texto do Nelson Crecibeni Filho:

"...O samba, tal como o conhecemos, não nasceu pronto e acabado: o batuque primitivo deve ter sido o seu primeiro ensaio. A palavra samba tem uma acepção lata e outra estrita, havendo uma diferença de gradação entre ambas: parece derivar de "semba", designação africana da umbigada, elemento caracterísco do batuque. O povo, porém, usa com frequência, indiferentemente, as palavras samba e batuque. COMO NINGUÉM GUARDOU A CERTIDÃO DE NASCIMENTO DO SAMBA, É IMPOSSÍVEL SABER, COM CERTEZA, SUA FILIAÇÃO, LOCAL DE ORIGEM OU VERDADEIRA IDADE. O batuque parece ser, entre as danças populares brasileiras, aquela sobre a qual existem mas antigas referências.(...)Um dos primeiros registros jornalísticos sobre o samba em São Paulo assim retratava tal expressão, até então usual apenas entre os escravos:
'O SAMBA - Esta brilhante composição de Alexandre Levy, que amanhã será mais uma vez executada nesta capital, por ocasião da festa artística do maestro João Gomes, foi inspirada no seguinte trecho de Júlio Ribeiro: Ao som de instrumentos grosseiros dançavam negros e negras, formado sem vastos círculos, agitavam-se, palmeavam, compassivamente, rufavam adufes et alli. Um figurante no meio saltava, volteava e baixava-se, erguia-se, retorcia os braços, contorcio o pescoço, robolia os quadris, sapateava em tal frenesi indescritível, com uma tal prodigalidade de movimentos, com um tal desperdício de ação nervosa e muscular, que teria estafado um homem branco em menos de cinco minutos'(Diário Popular-21.10.1892)
O samba-de-terreiro, desenvolvido do batuque africano, veio do interior(principalmente Araraquara, Campinas, Guarulhos, Tietê e Pirapora do Bom Jesus, onde os negros, desde os fins do século XVIII, faziam suas festas com batucadas e danças pagãs) para firmar-se na Capital paulista, no começo do século XX..."

Eu digo. O SAMBA NASCEU NA BAHIA, NA CIDADE DE CACHOEIRA.



Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.


Principais tipos de samba:

Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.

Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.

Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.

Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.

Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.

Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .

Samba de gafieira
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.

Sambalanço
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.

Quem não gosta de Samba... SÓ LAMENTO

Samba Da Minha Terra

Composição: Dorival Caymmi
 
O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo, todo mundo
Todo mundo, todo mundo, todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba, no samba me criei
E do danado do samba eu nunca me separei
Samba lá da Bahia deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
É que o samba lá da Bahia deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole


VIVA O SAMBA

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